O desafio de lidar com o poder das plataformas digitais




Resumo da Semana


MERCADO

Pessoas estão dependentes do digital

Tudo que é demais, sobra. O antigo dito popular ficou super atual nos tempos de mídias sociais. Especialmente por excesso dessas plataformas e do poder que elas exercem sobre nossas escolhas e instituições. Especialistas e ex-funcionários de gigantes da tecnologia vêm, há pelo menos um ano, alertando sobre os perigos e interesses pouco ortodoxos por trás das empresas. A BBC trouxe um especial falando dos problemas causados às pessoas, como jovens que andam fazendo cirurgias plásticas para ficarem parecidos com suas selfies. Matt Locke aborda a importância que o “like” e como ele está fazendo mal à sociedade. Prestes a completar 89 anos, o filósofo Jürgen Habermas lembra que “é possível que, com o tempo, aprendamos a lidar com as redes sociais de forma civilizada”. A The Economist fala sobre o “techlash” e reflete sobre a nossa relação com a tecnologia.

Whats up, mama?

Com a data que celebra as mães se aproximando, qual é o perfil desta mulher, internauta e consumidora digital brasileira? Levantamento do Google mostra que, das 67 milhões das mamães brasileiras, 71% já estão conectadas e 68% possuem smartphone.

Resumão do F8

Anualmente, o Facebook realiza sua conferência para anunciar posicionamentos novos, mudanças, evoluções. Em meio aos escândalos que envolvem a empresa, o F8 apresentou muitos recursos de inteligência artificial, realidade aumentada e virtual. Mas um dos temas que mais chamou a atenção foi a proposta de criar um concorrente do Facebook para o Tinder (a empresa de relacionamentos respondeu prontamente). E há quem diga que a companhia de Zuckerberg segue com os planos de dominar toda a internet. Veja sugestões de como usar as novidades em empresas de mídia. Destacamos alguns dos principais fatos tratados, caso não tenha conseguido acompanhar:

  • WhatsApp Business terá grandes empresas como foco e disponibilidade de vídeochamadas em grupo;
  • O do Whatsapp já é maior que do Instagram e Facebook (450 milhões de usuários/dia);
  • Conteúdos de stories devem, em breve ultrapassar os do feed;
  • Amigos continuam com prioridade de relevância na linha do tempo;
  • Investimentos e iniciativas para a disseminação de notícias locais;
  • Instagram terá videochamadas e adiciona ferramenta anti-bullying e integração com aplicativos de terceiros;
  • Possibilidade de realização de pagamentos via Messenger;

De saída

As mudanças promovidas nos últimos tempos, bem como a conduta interna da companhia também fizeram um dos fundadores e CEO do WhatsApp a se desligar do Facebook. Jan Koum anunciou sua saída sob alegação de discutir os procedimentos sobre privacidade e captura de dados dos usuários que vêm sendo praticados pela plataforma. Veja como as plataformas constróem a realidade em torno de você, segundo uma análise do European Journalism Observatory.

Aquele sorriso falso

Um especial produzido pelo BuzzFeed aponta uma realidade nem tão bonita como a que costumamos ver no Instagram. Bots, venda de perfis reais e com contas verificadas e muitas outras questões bastante obscuras. Um estudo da Points North mostra os anunciantes que mais direcionaram recursos para a plataforma nos EUA e os mais atingidos por audiência falsa. Enquanto isso, o Facebook continua fazendo a leitura de bilhões de fotos publicadas na plataforma.

Um abriu, outro fechou

O Facebook não foi a única rede social que liberou dados públicos de seus usuários para empresas de pesquisas. Fontes informaram que o Twitter abriu informações públicas de seus usuários para a Global Software Resources (GSR) – empresa fundada por Aleksandr Kogan (da Cambridge Analytica), que, por sua, vez é a mente responsável pela criação de ferramentas de coleta e análise de perfis de eleitores na internet. Segundo informações do Telegraph, os dados foram vendidos pela rede de microblogging em 2015. Fato curioso é que o Twitter chegou, inclusive, a anunciar que estava bloqueando anúncios da Cambridge Analytica e solicitou aos usuários que troquem suas senhas por questões de erro interno. Ao mesmo tempo, CA, pivô das denúncias contra o FB, anunciou o fechamento de suas operações. Há informações de que os principais executivos da empresa, entretanto, já trabalham em uma empresa similar chamada Emerdata.

Mais denúncias

Na onda dos escândalos com as plataformas sociais, algumas celebridades do Youtube estão sendo acusadas de serem pagas para vender fraude acadêmica, segundo uma investigação da BBC.

A alta dos vídeos on demand

A Disney lançou um APP de vídeos curtos para competir com o Youtube. No Brasil, a Fox anunciou o lançamento do FOX+, com acesso à programação ao vivo de todos os canais e biblioteca de conteúdos.

Culpa do redesign

Essa foi a alegação do Snapchat para o baixo desempenho apresentado pelo aplicativo aos analistas e ao mercado. E os problemas são ainda maiores.

Crescendo

O Spotify informou que já conta com 75 milhões de assinantes de seu serviço de streaming. A quantidade de usuários pagantes da plataforma sueca é quase o dobro dos 40 milhões de clientes do seu principal rival, a Apple Music.

Fôlego

Saiu o balanço do primeiro trimestre do The New York Times. O tradicional veículo atingiu pouco mais de 2,7 milhões de assinantes digitais (pagos), com crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mais um para o time

Depois da Vanity Fair se render, chegou a vez da Bloomberg News. O veículo divulgou, em um memorando interno, o novo serviço de assinatura por meio de paywall. A assinatura digital custa US$ 34,99 por mês, após um teste de seis meses por US$ 9,99 por mês. A assinatura inclui acesso ao Bloomberg.com, aplicativos móveis e tablet da Bloomberg, uma transmissão ao vivo da Bloomberg TV, vídeos da Bloomberg, podcasts e boletins diários apenas para assinantes.

Lentidão de processo

O site brasileiro JOTA criou um bot para incentivar cobertura jornalística de processos parados no STF. O objetivo é direcionar o olhar para os gargalos do judiciário brasileiro.

Banco Neon já fechou

O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Neon, que opera como fintech. Na decisão, o BC afirma que existiam "graves violações às normas legais e regulamentares". A ABFintech emitiu nota para tentar acalmar o mercado.

Negócio desfeito

A Dentsu e o grupo WPP cancelaram várias operações de joint venture que mantinham desde a a década de 1980 por meio de uma troca de ações. O valor não foi divulgado. A Dentsu Young & Rubicam e a Wunderman Dentsu Inc. tornaram-se subsidiárias integrais da Dentsu como resultado desta última transação. Anteriormente, o WPP detinha uma participação de 49%. Outro fato relevante é que, em seu primeiro relatório financeiro após a saída do CEO Martin Sorrell, o WPP informou resultados acima do esperado para o primeiro trimestre.

Posicionamento de marcas

Cobradas cada vez mais a se posicionarem em relação a temas sociais e do dia a dia das pessoas, as marcas sempre caem no dilema de entrar ou não neste terreno arenoso. Um artigo da AdWeek fala sobre o tema, e o UOL Ad Lab se inspirou para apresentar quatro pontos importantes.

O retorno da planilha

Em 2016 uma planilha sobre “como é trabalhar aí” (em agências de publicidade), com possibilidade de comentários no modo anônimo, deixou os profissionais em polvorosa. Expuseram muitas informações críticas do mercado e acabaram incorporando comentários de quem trabalhava também em agências de comunicação digital, eventos e relações públicas. Ela está de volta e, pelo visto, não mudou muita coisa de lá pra cá. Nesta onda surgiu também a planilha de “como é trabalhar em uma startup”.

O drama das eleições x digital

Vamos ver muitas coisas na corrida por um lugar no Executivo e Legislativo em 2018. O norte-americano especialista em campanhas eleitorais Arick Wierson aponta que o Brasil não está preparado para lidar com as notícias falsas no pleito. O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Admar Gonzaga Neto lembra que pré-candidatos que pagam para impulsionar publicações nas redes sociais antes do período eleitoral podem ser enquadrados em campanha eleitoral antecipada. Paulo Silvestre faz uma analogia entre as eleições e o videogame. Estudo de Yale indica que religiosos, fundamentalistas ou dogmáticos estão mais propensos a acreditar em fake news.


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O novo jornalismo

O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas divulgou seu mais recente livro eletrônico, “Inovadores no Jornalismo Latino-Americano”. A publicação compila todas as reportagens de uma série de mesmo nome e traz jornalistas e profissionais de mídia da região que estão inovando em design, formatos, métodos de distribuição, modelos de negócio, colaboração transnacional, programas de residência, mercados de nichos e muito mais.


ARTIGO

Algoritmos mediadores

Todas as novas plataformas digitais têm como base seus algoritmos. Se você quiser entender um pouco melhor o que é isso, como são feitos, entre outras questões, precisa ler este material da Fapesp.


PODCAST

Transparência e privacidade

Na coluna Datacracia, o professor Luli Radfahrer comenta a relação entre transparência e privacidade, e como é importante que tais conceitos estejam bem definidos e alinhados para promover as liberdades individuais no ambiente digital.


AGENDA

Mídias sociais na ESPM-SP

Ainda dá tempo de se inscrever para o terceiro módulo do Curso Avançado de Marketing e Comunicação Digitais da ESPM, que vai ensinar estratégias de marketing digital para planejar e gerir projetos digitais, com foco em mídias sociais acontece em 26 de maio.


GRÁTIS

Blockchain em duas doses

O Blockchain Festival, que acontece no dia 23 de maio em São Paulo, fará uma prévia gratuita no dia 8. Apresentará quatro cases de quem já usa a tecnologia. Se inscreva para o evento gratuito aqui e para o pago aqui.