EDIÇÃO EXTRA – Especial Eleições



O primeiro turno das eleições acontece no próximo domingo (7/10). O cenário está polarizado, tenso, e os debates, acalorados nas plataformas digitais. Esta edição especial do Market Brief sobre o tema tem como proposta ajudar você, num mar de ondas gigantescas de notícias falsas. Boa leitura!


ELEIÇÕES 2018

Pra ficar de olho

A tendência é que as mídias sociais virem um campo de batalha entre os candidatos. O problema é que boa parte do que circula, entretanto, está ligado a notícias falsas. Já vem acontecendo, como informa O Globo. O foco está mais em minar as possibilidades de adversários do que efetivamente angariar novos votos. De acordo com pesquisa da CNDL/SPC Brasil, 34% dos entrevistados compartilham notícias de políticos nas redes sociais e 60% procuram checar veracidade daquilo que recebem. Apenas 29% acompanham horário eleitoral gratuito para se informar sobre propostas de campanha. No caso de dúvidas sobre um dado, você pode utilizar o Projeto Comprova. Ele reúne jornalistas de 24 diferentes veículos de comunicação brasileiros para descobrir e investigar informações enganosas, inventadas e deliberadamente falsas durante a campanha presidencial de 2018. 

Interferências ilegítimas

Especial preparado pelo Nexo Jornal traz algumas lições e fatos que já podemos observar nas eleições de 2018, independentemente do pleito ainda não ter acontecido e dos resultados que tivermos. Explica, por exemplo, de forma didática como as informações circulam no WhatsApp.

Repercussão nas mídias sociais

Levantamento do DataFolha com 3.240 entrevistados em 225 municípios mostra números de eleitores por candidato em quatro plataformas: Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp. WhatsApp é a rede mais popular: 66% dos eleitores têm conta no aplicativo, enquanto 48% dos eleitores têm o costume de assistir vídeos sobre política na internet, enquanto outros 52% não têm. Considerando os candidatos mais bem colocados, os eleitores de Jair Bolsonaro têm o índice mais alto de usuários de alguma rede social: 81%, contra 59% entre os eleitores de Fernando Haddad, 72% entre os eleitores de Ciro Gomes e 53% entre os eleitores de Geraldo Alckmin. Entre os eleitores de Bolsonaro também são mais altas as taxas de leitura de notícias sobre política e eleições no WhatsApp (57%) e no Facebook (61%), e o compartilhamento de notícias (via G1).

O desafio

As mídias sociais, aliás, são as principais barreiras para os especialistas de marketing político. A TV não apresenta mais o mesmo impacto de campanhas anteriores, o dinheiro está bem mais curto por conta de operações contra corrupção e lavagem de dinheiro. O jeito é ir pra internet. Mas não parece algo tão simples assim para quem entende do riscado (via Época). Os marketeiros renomados estão sofrendo (via Folha de S.Paulo).

Dados de candidatos e programas de governo

O Facebook lançou uma ferramenta para ajudar os brasileiros a conhecer mais sobre os candidatos e seus programas de governo antes das eleições no próximo domingo. A nova ferramenta centraliza as informações dos candidatos em um só lugar, para ajudar os eleitores a descobrir mais sobre os candidatos a presidente, governador e senador.

Tempo real e ajudinha

Outras iniciativas pretendem também dar o tom do contexto político. O Atlas, do El País, traz dados diários sobre a corrida eleitoral e o pulso diário do pensamento do brasileiro sobre a candidatura de Lula, aborto e privatização da Petrobras. Na prática, proliferaram sites e aplicativos que prometem ajudar o eleitor a escolher, como mostra a Folha de S. Paulo.

A tal da campanha 432%

Muitos usuários de internet e mídias sociais passaram a divulgar frases e imagens incentivando outras pessoas a digitarem “432%” no Google. Ao fazer isso, são direcionados para diversas informações e reportagens sobre o crescimento patrimonial do filho de Jair Bolsonaro, Eduardo (via Estado de Minas).

Ações e punições

Boca de urna e selfie na urna são punidas com detenção e multa. A lei proíbe propaganda e manifestação coletiva no dia de votação. Veja o que pode e o que não pode no dia do pleito (via Folha de S.Paulo).

Redemocratização e tristeza

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, a AP/Exata, empresa especializada em análise de dados nas redes sociais, detectou a tristeza como um dos sentimentos mais identificados pelas pesquisas qualitativas e nos comentários das redes sociais sobre os candidatos à Presidência da República. Segundo a companhia, é um fato inédito em pleitos desde a redemocratização. Campanhas anteriores, mesmo as que ocorreram em clima de crise econômica, contaram com o entusiasmo do eleitor, que votou com uma boa dose de esperança em seus candidatos.

Posicionamento político?

Ariel Grunkraut, diretor de vendas e marketing do Burger King Brasil, em entrevista ao Meio & Mensagem, explica a postura da companhia em lançar vídeo da marca, durante o debate na TV Record, que mostra os efeitos de se votar branco nas eleições. A iniciativa da marca foi parar até no AdAge, nos EUA.

Falta de oportunismo

O jornalista Gustavo Miller tem um ponto bastante interessante sobre a postura dos veículos de imprensa no período de eleições. Ao tentar acompanhar as movimentações e análises sobre o contexto, é barrado pela cobrança para a leitura de conteúdo nos meios digitais. Ele aborda a grande oportunidade que a mídia está perdendo neste momento.

Preocupação e preparo

O The New York Times pede aos leitores que ajudem a cobrir a desinformação das eleições. O jornal publicou especial em que os leitores podem enviar exemplos de conteúdo potencialmente falsos ou enganosos que encontram em seus feeds de mídia social. Os exemplos podem ser uma conta do Facebook que divulgue informações falsas sobre um candidato político, vídeos editados por um canal do YouTube ou uma campanha de desinformação organizada no Reddit (via Poynter). O Twitter também anunciou um conjunto de regras mais rígidas para conter a disseminação de fake news e manipulação política na rede social. A ideia é ampliar um trabalho que já vinha sendo realizado, mas era considerado conservador demais por algumas pessoas e não vinha tendo um reflexo tão profundo quanto seus responsáveis gostariam. O grande foco são as eleições americanas, marcadas para novembro deste ano (via CanalTech).


Rapidinhas...

… ou para ajudar a votar de forma consciente!

  • Elite de esquerda era maioria em protesto #EleNão contra Bolsonaro em SP;
  • Movimentos contra e a favor de Bolsonaro: 2,45 mi menções no Twitter;
  • Propaganda em rede social fica proibida no dia da votação;
  • Redes sociais decidirão as eleições no Brasil;
  • Temos de nos preocupar com a influência das redes sociais nas eleições;
  • Que candidato a presidente 'bateu' e 'apanhou' mais nas redes sociais?