Nunca falamos tanto sobre democracia




MERCADO - MARKETING E COMUNICAÇÃO DIGITAIS

A democracia no centro das atenções

Os debates ficaram ainda mais intensos desde a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e, agora, com a escolha de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil. Nunca se falou tanto em democracia como agora. A imprensa vem batendo nesta tecla porque se sente ameaçada com a agressividade de quem está no poder. Tanto que cresceram os linchamentos organizados pelas mídias sociais [via Época]. E sinais de censura voltam a surgir, como a liminar que impede a TV Globo de divulgar o conteúdo sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes [via Abraji]. Joi Ito, que dirige desde 2011 o Media Lab do MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts), aponta a necessidade de se reinventar a democracia na era das mídias, usando as mídias sociais [via Folha de S.Paulo]. Juan Carlos Monedero, fundador do partido espanhol Podemos, acredita que as mídias sociais viraram um espaço de manipulação a favor da extrema-direita [via Carta Capital]. A maioria das pessoas não tem a consciência de que é constantemente manipulada por campanhas políticas e de marketing na internet - muito pouco do que ocorre hoje nas redes, seja um vídeo viral, uma hashtag ou foto, é espontâneo. Ricardo Abramovay acredita que ambientes virtuais onde se espalham mentiras não representam ameaça à democracia [via Folha de S.Paulo].

Mudança de comportamento

A professora de filosofia política e retórica da ECA-USP, Marília Fiorillo, lembra, no Jornal da USP, ao fazer um paralelo com os anos de chumbo da ditadura (1968), que as redes sociais geram depressão e solidão, e seus efeitos sociais são ainda mais graves, pois levam a sentimentos de ódio. As redes sociais são impérios de alteração comportamental. O MIT Sloan também conta como o pensamento mais recente sobre redes sociais explica porque novas tecnologias e comportamentos inovadores realmente se espalham e a verdade sobre a mudança de comportamento das pessoas, a partir das novas tecnologias. O GlobalWebIndex produziu um relatório que mostra o medo das pessoas em perder as mídias sociais. O Tab, do UOL, aborda o assunto a partir das métricas do desejo e fala como a hiperconectividade levou as pessoas a experimentarem, como nunca, formas inéditas de relacionamento. Abster-se, mesmo que por somente alguns dias, do uso do Facebook, WhatsApp ou outras mídias, pode gerar sintomas semelhantes aos da abstinência de drogas [via Greenme]. As plataformas digitais também estão afetando a forma como mulheres veem seus corpos [via Super Interessante].

A “nova imprensa”

O presidente eleito Jair Bolsonaro recomendou nas mídias sociais uma lista de canais de informação no YouTube que são de sua confiança - considerados questionáveis, segundo o The Intercept Brasil. A Folha de S.Paulo mostra que, turbinada por redes sociais, desconfiança dos modos de aferição da verdade que embasam o método científico abre espaço para que crenças e valores tomem o lugar da objetividade. Também fala sobre a questão dos desertos de notícias: 51% dos municípios brasileiros, que abrigam 30 milhões de pessoas —15% da população nacional— estão neste contexto por não contarem com nenhum veículo jornalístico local. O NiemanLab reuniu cinco artigos acadêmicos que analisam os relacionamentos dos jornalistas com as mídias sociais. Também incluiu novo estudo de pesquisadores do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo na Universidade de Oxford, que tem implicações para o branding de notícias e esforços para construir a confiança do público no jornalismo. Questiona, ainda, se para combater as gigantes de tecnologia, não seria o momento de as empresas de mídia adotarem uma plataforma de publicação comum. O Facebook revelou que doará 4,5 milhões de libras para apoiar 80 empregos em jornais locais no Reino Unido [via The Drum].

Novas receitas de novos públicos

Na ânsia e necessidade de buscar novas formas de se rentabilizar, o BuzzFeed vem analisando com profundidade o comportamento de audiências jovens (millennials) e oferecendo para as marcas e profissionais. A Econsultancy também avaliou este contexto e traz cinco temas sociais que os criadores da GenZ desejam que as marcas trabalhem. Quem também explica este novo público, de jovens hiperconectados que representam 30% da população mundial, é o Youtube. Por outro lado, os editores digitais estão mostrando uma maior disposição para fazer os leitores pagarem por assinaturas, diante da crescente concorrência de empresas de tecnologia como Facebook, Google e Amazon [via Publishing Insider].

A relação dos brasileiros com o vídeo

Como o brasileiro assiste aos seus vídeos preferidos? Ele prefere usar smartphone ou a tela grande? Ele tem visto mais ou menos TV? O que as pessoas preferem: novelas, notícias, esportes, música ou vídeos de gatinhos na web? E o que motiva as pessoas a irem atrás de todo esse conteúdo? É a essas perguntas que a Pesquisa Video Viewers, realizada em parceria do Google com o Instituto Provokers e com a Box 1824, quer responder. O Facebook IQ avalia como as pessoas da América Latina dividem sua atenção enquanto assistem TV. Estudo da Kantar Ibope Media revela ainda que 56% confiam na TV e 23% acessam a internet ao mesmo tempo em que assistem a programação [via Meio & Mensagem].

Os impactos da derrocada

Com o pedido de recuperação judicial da Editora Abril, as dívidas contraídas por ela, antes de o pedido ser autorizado, ficam congeladas. Esse quadro pode levar jornalistas a arcar pessoalmente com as indenizações e multas a que a empresa é condenada a pagar, explica o Consultor Jurídico. Na outra ponta, a Justiça do Trabalho vai leiloar o prédio do Jornal do Brasil. Segundo o Meio & Mensagem, a venda do imóvel será realizada para que sejam cumpridos pagamentos de dívidas trabalhistas.

Fusão é solução?

A mídia internacional também corre contra o tempo - a Condé Nast, por exemplo, suspendeu publicações impressas da Glamour americana [via Metropoles] - mas, ainda assim, fusões não resolverão o problema do duopólio, explica o DigiDay. O fundador do Buzzfeed acha que deve se fundir com outras grandes empresas de mídia para enfrentar o Google e o Facebook. O Media Guy, do Ad Age, tem outras sugestões.

Pânico dos “influencers”

Os dias de falsificação da trilha para se tornar um famoso no Instagram podem estar contados. A plataforma anunciou um grande esforço para eliminar seguidores e likes inautênticos obtidos por meio do uso de ferramentas de terceiros, que prometem aumentar a presença na plataforma. O crescimento dos influenciadores com dados inflados pode ser consequência da falta de estratégia. Novo relatório da Influencer Intelligence aponta que apenas 18% dos profissionais de marketing incluem marketing de influência dentro dos cálculos de ROI.

Topzeira

O LinkedIn lançou a segunda edição da lista Top Voices, que traz os usuários brasileiros cujos posts, artigos, vídeos e comentários estão promovendo conversas engajadas em seus setores de atuação. Tem de tudo.

As mais valiosas

Itaú, Bradesco, Skol, Brahma e Banco do Brasil foram as cinco marcas brasileiras mais valiosas de 2018, segundo a Interbrand. As empresas também estamparam o topo do ranking no ano passado. Das 25 marcas do ranking, 15 apresentaram uma variação positivo no comparativo ao ano anterior. A que mais cresceu foi o Magazine Luiza, com 50% de aumento [via G1].

Retroceder nunca, render-se jamais

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que não pensa em renunciar ao cargo, apesar dos problemas sofridos [via Nexo Jornal] pela rede social nos últimos meses. "Este não é o plano", afirmou em uma entrevista para a CNN Business. Ele vem sendo pressionado por acionistas para deixar o comando da organização [via UOL].

Hegemonia

Os gastos com publicidade digital devem aumentar 17,1%, para 327,28 bilhões de dólares em 2019 - com o Alibaba, o Facebook e o Google como os principais fornecedores de anúncios digitais. Como conta o eMarketer, as três empresas responderão por 61,2% do mercado global de anúncios digitais. Em 2019, o Google se tornará o primeiro vendedor de anúncios digitais a ultrapassar a marca de US $ 100 bilhões em receita líquida de anúncios digitais.

 

Os dados que comprovam

O Super Bowl é, sem dúvida, um dos maiores eventos do mundo, inclusive para o universo da publicidade. Mas o que funciona e o que não, em termos de anúncio? Peter Daboll, CEO da empresa de análise de anúncios Ace Metrix e que avalia a publicidade do evento, explica ao AdAge.

 


TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO

R$ 800 milhões

Portaria do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) vai permitir que as empresas beneficiadas pela Lei da Informática - que permite redução de Imposto sobre Produtos Industrializados - possam aportar dinheiro em fundos que investem em startups. O montante anual será de aproximadamente R$ 826 milhões, se calculado com base nos números de 2016.

 

Efeito Snowden

Em um especial dividido em duas partes, a Ars Technica faz uma avaliação do que mudou a partir das revelações feitas por Snowden e que tipo de transformações produziram, política e institucionalmente.

 

Eu não gosto disso

Um dos pais da Inteligência Artificial, Yoshua Bengio, em entrevista ao MIT Technology Review, está preocupado com o futuro. Acredita que devemos parar de falar em corrida armamentista e transformar a tecnologia mais acessível ao mundo em desenvolvimento. A McKinsey afirma que, apesar da evolução da inteligência artificial, as barreiras continuam as mesmas. Especialmente porque poucas empresas possuem os blocos de construção fundamentais que permitem à IA gerar valor em escala.

 

Outros usos

Enquanto isso, a Lexus foi a responsável por lançar o primeiro comercial escrito por uma inteligência artificial. Feito em parceria com a IBM, a propaganda tem roteiro da IA Watson e foi dirigida por Kevin Macdonald, responsável por filmes como “O Último Rei da Escócia” e “Intrigas de Estado” [via Tecmundo]. Um time de desenvolvedores da Microsoft e da City University de Hong Kong criou uma inteligência artificial que transforma, automaticamente, uma foto em uma caricatura [via Futurism]. Sorrateiramente a Apple adquiriu a startup Silk Labs, especializada em tornar o software de inteligência artificial leve o suficiente para caber em hardware de consumidor como câmeras [via The Information].

 

Assistência digital

Pesquisa da Visa revela tipos de consumidores que usam assistentes virtuais ativados por voz. Americanos estão cada vez mais confortáveis em usar comandos de voz no e-commerce. Entre as compras mais comuns, itens de supermercado e vestuário.

 

Vazou, mas não falemos sobre

A Amazon enviou um email avisando que expôs um número desconhecido de endereços de e-mail de clientes, depois de um "erro técnico" em seu site. A gigante de comércio eletrônico, entretanto, se recusou a dar mais detalhes, conforme o TechCrunch.

 

Sopa de letrinhas

Nos últimos dois anos, palavras como "bots", "botnets" e "trolls" entraram em conversas importantes sobre redes sociais e seu impacto nas democracias. No entanto, as contas de mídia social mal-intencionadas têm sido erroneamente rotuladas, o que descarrila as conversas sobre elas - desde a substância até as definições. O ijnet explica tudo direitinho, de maneira bem didática.

 


AGÊNCIAS

Intraempreendedorismo

W3haus estreou a primeira edição da Feira Vira Fita, um evento criado para exibir os hobbies e projetos paralelos das lideranças e demais colaboradores. O evento vai expor desde ilustrações e moleskines, até acessórios, quitutes, cervejas artesanais, plantinhas e esculturas confeccionados pelos profissionais da agência [via Meio & Mensagem].

 


DOWNLOAD

Quem pode mudar o mundo

CB Insights identificou empresas que vivem grande momento, pioneiras em tecnologia com potencial para transformar a sociedade e as economias para melhor. O relatório mergulha em 12 categorias e 36 empresas, que vão desde o gerenciamento quântico de dor e não-opiáceos até edifícios sem nano e engenharia de ecossistemas.

 

Próximo ano

A Deloitte disponibilizou um estudo que traz a agenda do 2019, uma análise sobre as expectativas do empresariado para o País e os seus negócios.

 


INFOGRÁFICO

As gigantes e os dados

O que as gigantes de tecnologia têm de informações sobre você? Muito mais do que você imagina. O VisualCapitalist produziu um infográfico que mostra os dados acumulados por cada uma delas.


Rapidinhas...

… ou o que andamos lendo!