Mudanças no marketing digital e a CNN Brasil




MERCADO - DIGITAL, MARKETING E COMUNICAÇÃO

Mudanças radicais no marketing digital

O marketing digital não só vem causando impacto em todos os segmentos econômicos. Ele se transforma ano a ano e fica difícil acompanhar todas as mudanças. Em 2019 não vai ser diferente. E as mudanças serão radicais. O renomado especialista e consultor Neil Patel fez uma excelente análise sobre o que vem por aí como alterações em padrões de SEO, as evoluções de algoritmos, entre outras questões. Destaque para a saturação da internet e o questionamento sobre a real efetividade de blogs, além dos desafios impostos para encontrar um bom posicionamento de buscas com conteúdos atrativos de verdade. Tem, ainda, como complemento e visões mais amplas, as previsões e insights do corpo docente do MIT para 2019. Se faltou falar sobre questões relacionadas a tendências de imagens, a Shutterstock preparou um guia para os estilos que devem se sobressair ao longo deste ano.

Parem as máquinas!

A semana mal começou e o mercado já foi surpreendido por uma bomba no setor jornalístico: a MRV, por meio de seu fundador, trará o canal CNN para o Brasil e deve contratar perto de 400 profissionais para iniciar suas atividades no país. As transmissões 24 horas, na TV e na internet, devem entrar no ar já no segundo semestre deste ano - em parceria com a CNN Internacional e seus conteúdos. E não ficou por aí: à frente do ambicioso projeto, os investidores tiraram Douglas Tavolaro da Vice-Presidência de Jornalismo da Record TV, depois de 17 anos de casa. O biógrafo de Edir Macedo assumirá a posição de CEO na nova empreitada. Para a vaga, que parecia vitalícia, a emissora anunciou o nome de Antonio Guerreiro - que já vem à frente do R7.com e do braço digital da Record há quase 10 anos. O megaempresário Rubens Menin é o responsável por toda a movimentação e tem recebido críticas. O Jornalistas & Cia falou com alguns nomes de respeito sobre a novidade. Enquanto isso, veículos ditos tradicionais continuam juntando os cacos, como aponta Paulo Serpa Antunes, analista de jornalismo digital.

Lá e cá

A onda de fake news e a avalanche de informações souberam usar muito bem a falta de linearidade da internet. Com isso, ficou mais complicado entender o cenário das coisas no todo (e, claro, tem um pouquinho aí também de maldade de determinados produtores de conteúdo e falta de capacidade de interpretação de textos, especialmente se forem mais longos). Por esta razão, o editor de política do The New York Times está utilizando o twitter e sequências interligadas de conteúdos para dar o contexto das histórias [via NiemanLab]. A Folha de S.Paulo também passou a adotar o mesmo artifício em seus canais sociais.

Momento de reflexão

Um especial da Time sobre o universo das gigantes de tecnologia do Vale do Silício mostra que há uma nuvem escura no ar. Apesar de todos os avanços promovidos por estas organizações, também vimos surgir muitos problemas - dilemas sobre reconhecimento facial, interferência sobre eleições, discórdias semeadas, roubo de dados. É hora de pensar um pouco mais. A boa notícia, diz a publicação, é que algumas pessoas no Vale do Silício estão se juntando a acadêmicos, formuladores de políticas e consumidores para ponderar essas questões críticas. A mesma publicação afirma que este é o ano para defendermos nosso direito à privacidade à privacidade. É o momento de os consumidores pararem de  tolerar que empresas acumulem perfis enormes de usuários, permitam violações de dados que parecem fora de controle, de forma irresponsável.

#MeNot

O movimento é importante, mas não se engane: mulheres norte-americanas, republicanas, acima dos 65 anos e eleitoras de Donald Trump rejeitam veementemente o #MeToo. Em matéria da The Economist, dispararam de forma hostil: nenhum homem precisa perder o emprego depois de 20 anos por uma acusação de assédio - que, se não comprovada, inclusive, pode só atrapalhar a vida de todo mundo. E sim, elas existem mesmo e são cerca de 42% desta amostra da população.

#ElesTambémNão

E se você ficou surpreso, acredite, sempre pode piorar: a Gillette "causou" esta semana com a campanha "Boys will be boys?", onde homens demonstram empatia com outros homens e pais ensinam seus filhos a não comprarem os velhos e bons ditados de que "violência resolve" e "isso é coisa de homem". O resultado? 3 milhões de visualizações em apenas um dia, aprovação de 48 mil, rejeição de… 278 mil pessoas, até a última terça-feira, 15 (e a equipe de social media da empresa apagou comentários negativos, o que gerou ainda mais barulho…).

1, 2, 3, testando…

A Starship, protótipo da espaçonave da SpaceX, foi divulgada por Elon Musk esta semana, via Twitter. Os testes em voo só começam em abril, mas o executivo da Tesla fez questão de adiantar os trabalhos. Em tese, a nave de alta capacidade poderá transportar pessoas e cargas até a Lua - a ambição é até Marte. Os planos de teste em caráter experimental já foram submetidos à Agência Federal de Aviação Americana, porém…

Houston, we have a problem?

...os planos ambiciosos da SpaceX podem, literalmente, ir pelos ares: 10% dos funcionários da empresa foram demitidos recentemente. A justificativa para a redução drástica em sua força de trabalho foi a pressão financeira que vem sofrendo. Em nota, a assessoria afirmou que a companhia precisa ser cada vez mais enxuta para continuar a progredir. Ué?

Split?

Enquanto quase todo mundo - de investidores a jornalistas de celebridades - se concentrou em calcular a possível fortuna que Mackenzie Bezos deve herdar com o divórcio, a Wired fez algo bem mais elegante: contou a história do casal - desde a época da universidade -, que abandonou uma vida muito confortável em Manhattan para se aventurar pelo mundo da internet, sem nenhuma garantia de sucesso. Segundo o próprio Jeff Bezos, a decisão radical não aconteceria, não fosse a (agora) ex-mulher. A Amazon e sua impressionante história, aliás, não seriam as mesmas sem a figura de Mackenzie - que, assim como todas as esposas dos grandes "gênios" do setor, é geralmente esquecida e diminuída à posição de "primeira-dama da tecnologia" (e, claro, uma mera beneficiada em caso de separação, sem nenhum histórico de participação...)

Pega na mentira

A semana foi de veto no Brexit - inclusive a BBC pode perder distribuição internacional de canais domésticos - mas a gente também ficou de olho em outras histórias: a Full Fact será a primeira editora britânica a revisar e classificar o conteúdo do Facebook no Reino Unido. A operação independente de checagem de fatos fará o monitoramento de postagens, links e vídeos marcados como falsos. Eles serão marcados como tal para os usuários, que serão avisados se algum conteúdo que estão prestes a compartilhar foi considerada falso - via de regra, ninguém será impedido de compartilhar ou ler. O algoritmo do feed de notícias da plataforma, no entanto, vai intervir para "rebaixar" a postagem, garantindo que ele atinja menos pessoas, segundo a equipe que trabalhará na empreitada. A empresa de Zuckerberg, inclusive, deseja fazer as pazes "com a torcida toda" e já anunciou investimentos de US$ 300 milhões em parcerias e programação para "limpar sua barra", depois dos episódios de 2018. A criação de uma rede de jornalismo regional está na mira.

Sabe de nada, inocente!

Um estudo conduzido pela Pew Internet mostra que os usuários de mídias sociais são mais “inocentes” do que imaginamos. A pesquisa diz que 74% do público do Facebook não percebe que a plataforma coleta dados de interesse e aprende com o comportamento dos indivíduos no dia a dia de utilização para poder segmentar anúncios de publicidade [via The Washington Post].

Brecha das brechas

A semana foi chacoalhada com a informação de um dos maiores vazamentos de dados da história. 800 milhões de emails e 21 milhões de senhas foram expostos em falhas de segurança de milhares de sites. A brecha foi percebida pelo pesquisador de segurança Troy Hunt. Para saber se suas contas foram afetadas e precisam de novas senhas, acesse aqui [via Poder360].

Teoria da conspiração

A Wired aventou a possibilidade de que o meme da vez - #10yearschallenge, no qual as pessoas postavam uma foto de 2009 ao lado de uma de 2019 - seria, na verdade, uma tática do Facebook para aprimorar ferramentas de inteligência artificial de reconhecimento facial. A mídia social negou qualquer envolvimento com a disseminação da brincadeira.

O que move a reputação

Um novo estudo do Reputation Institute apresenta as principais macrotendências que vão interferir na reputação e que colocam pontos de alerta em executivos do C-Level [via StockGuru]. Kaila Colbin também explora o tema no MediaPost explicando por quais motivos as ferramentas de mensuração de reputação não deram e não vão dar certo. Tudo é uma questão de contexto.

Coaches da vida?

De varejistas de alimentos a casas de moda, as marcas, cada vez mais, tentam ir além de seus produtos para oferecer serviços e experiências que incentivam a autorreflexão - tudo em um esforço para promover o bem-estar e aprofundar os relacionamentos da marca [via JWT Intelligence].

Bolo cresce

Em 2018, aplicativos presentes na App Store e na Google Play somaram US$ 101 bilhões em faturamento por meio dos sistemas de billing das lojas, indica matéria do MobileTime. Por outro lado, o TechCrunch aponta que a China respondeu por quase metade dos downloads de aplicativos em 2018, 40% dos gastos do consumidor.

Afundado no celular

O Brasil é o segundo país com maior consumo de vídeo no celular no mundo, em quantidade de horas assistidas. Só perde para a Índia, de acordo com o relatório anual da App Annie. O tempo que o brasileiro gasta vendo aplicativos de streaming de vídeo no celular aumentou 130% em dois anos [via MobileTime].

Influência no Instagram

A Klear foi estudar - usando suas ferramentas de análise em 2,1 milhões de postagens patrocinadas pelo Instagram de 2018 - as características do markerting de influência na mídia social de fotos e vídeos. Sua principal descoberta foi que a atividade cresceu mais de 39% no ano passado [via SocialMediaToday].


TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO

Aonde Spotify!

Esqueça as playlists pré-fabricadas que o Spotify te oferece como um "agrado" todo dia: você paga por elas. No Norte e Nordeste brasileiros, os amantes da música já escolheram o seu lugar ideal: o "Sua Música", aplicativo grátis e criado na Paraíba, já tem seu público garantido - pelo menos um milhão de pessoas acessam a plataforma diariamente por lá. Os chamados "hits de verão", músicas regionais que explodem nas paradas populares nesta época do ano, são a especialidade da casa - batidão, swing, forró. A tal da "Jennifer", aliás, já devia rodar por lá bem antes de você ouvir falar nela. Até a Folha destacou a sensação do momento. Enquanto isso, a gigante europeia do streaming está querendo investir pesado no segmento de podcasts. E a sério.

E falando em música…

Já é notável o crescimento dos streamings de música clássica, ao redor do mundo. Com um repertório que parecia direcionado somente a um público específico, os ouvintes parecem cansados das listas "mais do mesmo" e buscando outras alternativas. E quem saiu na frente na corrida foi o Idagio, criado em Berlim e gratuito nos primeiros 14 dias de uso - sem propaganda e com boa qualidade de áudio, de acordo com a Folha. Não sabe qual aquela obra de Mozart que mais te emociona? Dá até para procurar catálogos clássicos inteiros apenas pela busca de "estado de espírito".

Dinheiro para gerar dinheiro

Os lucros do quarto trimestre da Netflix não renderam os resultados esperados, mas os analistas disseram ao TBI que a estagnação do negócio nos EUA, a discussão sobre as relações de TV paga e os números de audiência fornecem pistas importantes sobre sua estratégia para o ano. Apesar disso, a gigante dos serviços de streaming gastou a bagatela de US$ 12,04 bilhões na compra e produção de conteúdo em 2018. Isto representou 35% a mais do que os US$ 8,9 bilhões aplicados um ano antes. Para 2019, deve aumentar as cifras do orçamento em 25%, chegando a cerca de US$ 15 bilhões e a US$ 17,8 bilhões em 2020, diz o Omelete. A aposta segue no crescimento internacional da marca.

Água de beber, água de benzer

Em setembro passado, Bill Gates, Jeff Bezos e outros investidores ajudaram a criar a Zero Mess Water, uma startup de cerca de US$ 1 bilhão que se dedica à fabricação de painéis solares que retiram água potável do ar. As matrizes, conhecidas como Source, usam a luz do sol para coletar água do vapor de ar. O vapor colhido é então esterilizado e transformado em líquido, que é armazenado em um reservatório que se conecta à torneira da sua casa. Após testes em 18 países e em diferentes ambientes e necessidades, os painéis agora podem ser adquiridos por cerca de US$ 2.500. Para os defensores do projeto, as placas podem mesmo solucionar o problema da crise global da água.

Saúde "de bolso"

Por mais um ano, o Healthtech foi assunto de destaque na CES, em Las Vegas - em 2018, a influência das mídias sociais na saúde humana foi a estrela do evento. Desta vez, plataformas concretas de prevenção foram apresentadas - e podem contribuir e muito nos próximos anos, tanto para pacientes quanto para a comunidade médica. Teve colete com sensores para identificar ataques cardíacos com antecedência, injeção automática de insulina e até aparelhos de pressão interligados a smartwatchs.

Em busca do digital e do analítico

Agentes intrínsecos do modelo de comunicação digital, as empresas de telecomunicações ainda patinam bastante em partir para a digitalização de suas operações. Especial da McKinsey mostra quais são os caminhos para essas gigantes entrarem definitivamente no novo jogo do cenário global.

O que esperar das fintechs

O cenário parece promissor para as startups de tecnologia do universo financeiro. O IDGNow! conversou e coletou opiniões de executivos de diferentes segmentos de mercado para entender quais são as perspectivas e tendências.


AGÊNCIAS

Novas configurações

O The Drum traz uma reportagem especial sobre a "nova Dentsu". Conta como a gigante de publicidade japonesa está prestando mais atenção ao bem-estar de seus funcionários. Também aborda a desaceleração na atividade de fusões e aquisições do WPP, à medida que seu principal executivo Mark Read reestrutura e consolida a oferta em um produto mais simples para os clientes navegarem. E a Huawei está revendo seu PR global para consumo em 2019 - 20 agências devem entrar na briga.

De dentro pro mundo

Talvez, você (ainda) não tenha ouvido falar na StoryLab, mas deve ser por pouco tempo: trata-se da agência interna de conteúdo da Mastercard - que, aliás, abandonou seu logotipo inconfundível de círculos vermelhos e amarelos interligados. O anúncio dessa decisão, os ativos criativos e sociais em torno da mudança de marca e todo o trabalho de marketing que virá no futuro certamente serão obra desta empresa, que quer ter vida própria e deverá ser expandida internacionalmente - já está nos planos. A P&G segue os mesmos passos com a sua in house.


DOWNLOADS

Quem paga a conta?

A Reuters reuniu em um novo relatório as tendências e previsões para o Jornalismo e as Mídias em 2019. Para os analistas, assinaturas e fidelização são elementos-chave para as organizações no ano que começa. A dúvida que fica, inclusive para eles, é apenas uma: quantas pessoas estão dispostas a pagar por informação de qualidade? Para baixar, aqui.

 

A mídia e o mundo

Como o consumo de mídia varia de acordo com o perfil demográfico? Como a relação entre TV linear e online está evoluindo? Qual o papel do entretenimento na descoberta das marcas? O relatório de tendências da Global Web Index aprofunda essas discussões, quando o assunto é mídia e entretenimento para 2019.

 


AGENDA

Inovação na mídia

O InovaJor realiza em 1o de fevereiro um workshop sobre as mudanças da área de  comunicação, tecnologias emergentes, oportunidades x ameaças e propostas de atuação num setor que muda constantemente. Voltado para profissionais e também a interessados, que buscam compreender os impactos das transformações digitais neste complexo mercado. A carga horária é de 4 horas. Investimento e outras informações, só clicar aqui.

 


Rapidinhas...

… ou o que andamos lendo!