Fusão entre Facebook e Whatsapp, fake news sobre Brumadinho e avanço da Amazon




MERCADO - DIGITAL, MARKETING E COMUNICAÇÃO

Tudo junto e misturado

Pela primeira vez o Facebook admitiu que tem planos de integrar todas as suas plataformas. Isto considera unir funcionalidades WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger. Segundo reportagem do The New York Times, “os serviços continuarão operando como aplicativos independentes, mas sua infra-estrutura técnica será unificada”. A iniciativa deve incitar novos debates sobre o controle, segurança e privacidade - afinal, o que o Facebook sabe sobre você de verdade?. Também permite questionar a postura da empresa que sempre negou o compartilhamento das bases de dados das companhias. A iniciativa deve estar concluída até o próximo ano. Neste processo de revisão, o Moments, aplicativo para compartilhamento privado de fotos com amigos, foi descontinuado [via IDGNow!]. Outra novidade fica por conta do lançamento de um recurso de petição, para que usuários possam protestar utilizando suas redes [via TechCrunch].

 

Acabou essa propagação toda, taoquei?

O WhatsApp, em medida para tentar conter a propagação de notícias falsas, limitou de 20 para 5 o envio de mensagens para grupos ou indivíduos. Quem não gostou foi o deputado federal e filho do presidente brasileiro, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “Sério isso? Então vamos para Wickr Me, Signal, Telegram…”, declarou, no Twitter, o parlamentar [via Poder360]. Pai Jair e o filho  processam a Revista Fórum pela divulgação de uma foto que expõe conversa entre eles no Whatsapp. Na imagem, o presidente dizia que “não visitaria o filho na Papuda (complexo penitenciário)” [via TecnoMundo]. O Youtube vem traçando os mesmos caminhos, tentando combater vídeos considerados "tóxicos”. Enquanto isso, o YouTube TV chegou a 98% doa EUA só com canais premium por assinatura.

Fake news na tragédia

O rompimento da barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, obviamente se refletiu nas mídias sociais. Este tipo de tragédia também mostra o lado ruim das plataformas, até mesmo quando as pessoas tentam ajudar ou ser solidárias., Imagens de outros acontecimentos circulam como se fossem atuais. Vídeos de desastres em Laos e no Mato Grosso são atribuídos a Brumadinho nas redes, revela o Aos Fatos. Da mesma forma, foto de bombeiro abraçando homem que vem sendo espalhada nas mídias sociais, é de 2011, explica a BBC Brasil. O NiemanLab demonstra que os pesquisadores estão divididos sobre as motivações de propagação de notícias falsas. As pessoas se apaixonam por notícias falsas porque são partidárias ou porque são preguiçosas?

O complexo do leitor vira-lata

Você se lembra do chamado "Trump Bump", quando leitores liberais passaram a consumir mais notícias e pagar por isso, após a eleição de Donald Trump nos EUA? O New York Times, por exemplo, comemorou os ótimos resultados após o evento surpreendente. Aqui no Brasil cogitou-se um "Bolsonaro Bump. Animados, os veículos de comunicação acabaram comemorando antes da hora: o aumento nas vendas. Somente a revista Veja, em plena crise financeira de sua editora, perdeu quase meio milhão de assinantes.

Menos é mais

A brincadeira do desafio #10yearchallenge - na qual usuários publicavam uma foto de 2009 e outra de 2019, conseguiu grande adesão das pessoas ao redor do mundo e gerou até teorias da conspiração. Um dos resultados mais bacanas, entretanto, foi a comparação do layout e arquitetura de gigantes da internet, feita pelo time da Arun. É nítida a diferença entre as versões, muito mais limpas e reorganizadas.

Cara nova e posição

O Twitter habilitou, para alguns usuários, uma interface que inclui novos recursos. Quer tornar a experiência das pessoas mais simples. Entre as novidades, está um novo botão de emoji. Além disso, o fundador da plataforma, Jack Dorsey, deu uma longa entrevista para a Rolling Stone. Nela, o executivo fala sobre Zuckerberg, Vale do Silício, nazismo na rede, vício nas plataformas e muito mais.

Geração Alpha

Nada de bonecas, carrinhos, animais de estimação. As crianças, agora, querem gadgets. A Hotwire, uma agência global de relações públicas e marketing integrado, realizou um estudo mais amplo sobre a geração Alpha, nascidas a partir de 2010. O problema, aponta o AdAge, é que elas mal começaram a vida e já entraram na mira do marketing de grandes empresas por terem grande influência nas decisões domésticas. A publicação mostra também que já há influencers digitais fazendo dinheiro neste universo, ainda que muito jovens.

Falando nisso…

Fala-se muito - e há muito - de quanto gastamos de nosso tempo em frente a uma tela e os efeitos que isso tem em nosso bem-estar. Mas será que a alguém já parou pra pensar, isso sim, em como gastamos este tempo? Até que ponto nossos supercomputadores de bolso são capazes de mediar como dormimos, comemos, nos socializamos ou fechamos, nos comunicamos e até mentimos? E por que as pesquisas não focam nessa qualidade de informações consumidas ou trocadas, e não em seu volume? A Wired (ufa!) questionou-se sobre o assunto e afirmou que precisamos de uma nova (e radical) maneira de nos relacionarmos com o uso dessas telas: é chegado o momento dos impérios da tecnologia devolverem os dados que "emprestamos" para que se tornassem o que são, diz o artigo. Fernando Schüler, professor do Insper e curador do projeto Fronteiras do Pensamento, vai além. “Um dos subprodutos mais curiosos da democracia digital é o gosto generalizado pela tagarelice e pelos assuntos irrelevantes, que parece ter tomado conta, como uma erva daninha, do debate público”, afirma em artigo.

Colapso e banho de sangue

Já falamos algumas vezes sobre a crise que atinge os novos e aclamados publishers como o BuzzFeed, Vox, entre tantos outros. A Columbia Journalism Review conta o colapso deste início de ano para estes veículos, com diversas demissões, chegando a classificar os acontecimentos do momento como “um banho de sangue das notícias”.

Rede de compradores

Na ânsia de encontrar novas formas de receita para os negócios que andam mal, os principais editores digitais, como BuzzFeed, Group Nine Media e Vox Media, têm atuado no desenvolvimento e na venda de séries de vídeos para redes de TV e plataformas de streaming. Querem encontrar mais compradores de seus conteúdos [via DigiDay]. A Condé Nast, a propósito, quer "premiar" seus assinantes, que passam nove vezes mais tempo em seus sites que os visitantes comuns - planeja começar a cobrar isso dos anunciantes. Tem gente achando que a ideia deve fracassar…

Escândalo

O bicho pegou para o Gawker, blog americano focado em celebridades e na indústria da mídia. Dois redatores deixaram a companhia acusando Carson Griffith, diretor editorial recentemente contratado, de declarações racistas e ofensivas [via The Daily Beast]. E em tempos difíceis de intolerância, o Google também aprontou: agora, quer proibir seus funcionários de se organizarem para protestos contra a empresa, via e-mail corporativo.

Desmembramento

O conglomerado sul-africano Naspers - que já deteve 30% da Editora Abril - deve seguir adiante com o desmembramento do grupo de TV paga MultiChoice. Vai entregar aos seus acionistas uma participação direta no setor ao listar a empresa na bolsa de valores de Joanesburgo [via Digital TV Europe]. Em movimento oposto, a Sony planeja mesclar seus negócios na Europa a partir de seu braço holandês. A proposta é amenizar o impacto dos impasses sobre o Brexit [via Broadband TV News].

O nome dela é… Michelle

Calma, não tem nada de hit (e tomara que não seja passageiro como um verão). Como parte de seus investimentos pesados em marketing em 2019, a MillerCoors resolveu apostar na ex-VP de marcas da Kraft Heinz, Michelle St. Jacques, como a primeira Chief Marketing Ofiicer (CMO) da história da companhia. Sua missão: focar em mídia digital e não tradicional. St. Jacques substituirá David Kroll - que deixou a MC em julho do ano passado - e não é à toa: a cervejaria procurava mesmo envolver uma nova geração de consumidores do produto, por meios dos canais digitais - e o mercado apontou os feitos de Michelle à frente das campanhas criativas da Kraft Heinz e seu crescimento plurianual, claro.

Surpresaaaa!

A Kantar Media, da WPP, cravou: os gastos com publicidade nos Estados Unidos aumentaram em compasso com o produto interno bruto (PIB) do país: 4,1%, o equivalente a US$ 151 bilhões de dólares em 2018. Segundo o rastreamento feito pela empresa, foi a maior média registrada em todos os tempos - mesmo com a erosão gradativa da indústria automotiva e o derretimento de suas gordas verbas publicitárias. Varejo, telecomunicações e farmacêutica lideram a corrida no setor.


TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO

Alerta para os varejistas

A Amazon vem se dando muito bem no Brasil. E não é correto afirmar que ela seja, sozinha, responsável pela crise das grandes livrarias, que levou a Cultura e a Saraiva [via Folha de S.Paulo] a entrarem em recuperação judicial e ao ponto do editor da Companhia das Letras divulgar uma carta aberta sobre os riscos do momento do mercado [via G1]. O fato é que a gigante de e-commerce deu mais um enorme passo no país com a expansão de seus negócios. Ao todo, a companhia passa a vender e entregar produtos em 12 categorias, num total de 20 milhões de itens. É bom os varejistas brasileiros ficarem de olho a este movimento.

A China ultrapassou os Estados Unidos em vendas no segmento [via eMarketer].

Dinheiro em movimento

O Texas está se transformando na nova Califórnia? Salt Lake City está saindo de Seattle? Os maiores hubs de startups dos EUA estão perdendo vantagem em seduzir startups promissoras em estágio inicial? A Crunchbase News foi investigar  até que ponto certas regiões dos Estados Unidos estão recebendo os novos investimentos de startups em estágio inicial.

Chatbot do BC

Na onda Bia, do Bradesco, e da Aura, da Vivo, o Banco Central lançou o Din, seu assistente virtual (chatbot com tecnologia de inteligência artificial e machine learning). Pretende auxiliar o cidadão a consultar relatórios sobre dívidas, operações de câmbio, contas e outros relacionamentos ligados a instituições financeiras [Via TI Inside].


AGÊNCIAS

Azedou

Depois de um longo processo de seleção, o relacionamento da agência global de relações públicas Edelman com a gigante chinesa Huawei terminou antes de começar, revela o Holmes Report. Depois de ser escolhida para lidar com a reputação corporativa - em um contrato de sete dígitos, a Edelman desistiu do negócio antes da assinatura dos contratos. Há quem acredite que isso seja resultado da crise diplomática provocada entre Estados Unidos e China após a prisão do CFO da Huawei, Meng Wanzhou, em um pedido de extradição dos norte-americanos.

In-house do governo

A Secretaria de Comunicação do Governo Federal, agora sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro, pretende criar uma agência de publicidade dentro do Palácio do Planalto. O objetivo de Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro e quem planeja a distância a propaganda do governo, é reduzir os gastos com as agências de propaganda em até 70% [via Época].

Fim da linha

Chegou ao fim a relação da CDN, agência de relações públicas, com o governo federal. “O ministro da Secretaria de Governo, General Santos Cruz, anunciou o fim do contrato de R$ 30 milhões/ano com assessoria de imprensa internacional”, escreveu o presidente Jair Bolsonaro no Twitter. Desde 2009 a empresa atende a Secretaria Especial de Comunicação Especial (Secom) no relacionamento com a imprensa fora do país e, ao final de 2014, venceu uma nova licitação, com contrato de cinco anos, que poderia ser renovado até o final de 2019 [via Meio & Mensagem].


AGENDA

De graça

O Samsung Ocean USP, projeto de educação da empresa no Brasil em parceria com a Universidade de São Paulo, está com inscrições abertas para a temporada de treinamentos e workshops de 2019. Oferece, pela primeira vez, aulas de Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês) na grade regular. Os treinamentos são gratuitos.

Para mulheres de baixa renda

A faculdade de tecnologia Impacta está oferecendo bolsas de estudo para mulheres de baixa renda. Em parceria com a consultoria de TI Avanade, a instituição disponibiliza duas bolsas integrais para alunas de baixa renda no curso de Sistemas de Informação. Para participar do programa, as interessadas precisam se inscrever no vestibular da faculdade [via Computerworld].


ARTIGO

Aula de gestão de crise e de vida

LinkedIn Top Voice de 2018 e consultor de comunicação, Gustavo Miller fala sobre as lições que podem ser extraídas da postura do ator Fábio Assunção em relação ao seu estado de dependência química.

De heroínas a vilãs

2018 não foi um ano fácil para as mídias sociais e plataformas digitais. Uma verdadeira cruzada foi promovida contra elas. De vigilantes, passaram também a vigiadas. O tom das críticas é duro e nos faz refletir sobre a forma como adotamos, incorporamos e usamos estas tecnologias.

 


Rapidinhas...

… ou o que andamos lendo!